Casulada

Casulada

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Não sei bem o que fazer

Daqui de dentro é tão silencioso,
Quase não posso ouvir as crianças - chorar.
Daqui de dentro é tão silencioso,
Quase não posso ouvi-las.

Daqui de cima é tão maravilhoso,
Quase não posso vê-los se matar.
Daqui de cima é tão maravilhoso,
Quase não posso vê-los...

E eu, não sei bem o que fazer
E eu, sinto que os devo socorrer
E eles, não têm a quem recorrer
E eu, não sei bem o que dizer.

Crianças passando fome
Crianças crescem sem nome
Crianças moram nas ruas
Crianças vivendo nuas.

E eu, não sei bem o que fazer;
E eu, sinto que os devo socorrer;
E eles, não têm a quem recorrer;
E eu, não sei bem o que dizer...


                                               Jessé Casulo.

A falta que faz, a paz

Quisera eu, poder descansar
Sem me preocupar com o amanhã.
Que o amanhã trará.

Quisera eu, poder ouvir tudo que quero e que gosto
Sem me preocupar com o gosto,
do desgosto de quem não gosta.

Quisera eu, poder ter essa liberdade
Desprendida, dessa vida mal vivida.
E ser feliz com o que tenho.

Ah se o mundo fosse apenas dar, sem receber.
Eu daria tudo!
Ainda assim, receberia tudo de volta - diferente.

Quisera eu poder dormir até acordar.
Despertar com o despertar.
E se o galo ousar e cantar, peço mais 5 minutos,
Porque ninguém é de ferro.


                             Jessé Casulo.

E o que ele queria não sabia expressar

Tendo o que falar,
Mas não tendo a quem dizer.
Tendo o mundo a conquistar,
Mas não sabe por onde começar.

Depois da guerra ele já não tinha o que perder.
Quando perdeu seus sonhos, ficou sem saber o que fazer.

Ele já não tinha mais forças pra lutar.
Ele jogou a toalha e foi descansar.
Ele já não aguentava mais ver sangue jorrar.
E o que ele queria, não sabia expressar.

Não queria mais falar
Quando teve a quem dizer.
Não queria mais lutar,
Mas sabia exatamente o que fazer.

Ele superou seu medo de viver, e voltou a luta.
À lutar, com um porquê.
Ele percebeu que não adiantava chorar.
Ele enxugou os olhos, e parou de soluçar.

Da guerra ele não vai esquecer.
E isso lhe da forças pra viver.
Agora o que ele quer sabe dizer.
Agora o que ele quer sabe dizer:

  - Paz...


                                 Jessé Casulo.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Um brinde aos vinte e poucos.


Vinte e quatro anos,
e um coração amargurado, cheio de rancor.
Um coração cheio de solidão e arrependimentos.
Um coração cansado, apático, fraco e fracassado.
E, quando isso aconteceu? Ninguém sabe...

Vinte e quatro anos,
e sem o que chamar de meu,
sem quem chamar de amor,
sem onde chamar de lar.
Semore (sempre) seguindo em frente, sem ter pra onde voltar...

Vinte e quatro anos,
e órfão de vida e paz.

Vinte e quatro anos,
e minha maior conquista 
foi manter os dentes conservados.
Foi encobrir esta fúria,
atras de um sorriso falso e escancarado.

Vinte e quatro anos,
e buscando abrigo.
Aceitando a qualquer mão estendida,
desapontando, todos que me quiseram por mais de uma noite.
Buscando no outro meu amor próprio.

Vinte e quatro anos,
e não sei o que fazer?
A estrela que me protegia não vai mais acender.
Ela ainda esta lá, posso sentir,
Só que agora é diferente, ela não brilha mais pra mim.

Vinte e quatro anos,
e nunca me senti tão só...
Mas e daí, 
quem se importa?...


                                                                           Jessé Casulo.

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Á meu Pinguim.



Quando me distraio e volto,

me deparo com as mesmas questões:

Por que se eu fechar os olhos quase posso te sentir?
Por que você é a unica que não sai de mim?
Por que só você consegue espantar esses sentimentos ruins?

Ainda tenho tudo guardado:
Seu cheiro
Seu gosto
Seu sorriso e seu olhar.

Todos sempre saem de mim.
Exceto você, não quer não quero.
Até quando vai durar?
Se eu cometer outro erro,
Você vai me perdoar?

Você ainda pensa em mim
Quando não estou?

Lembra da quarta-feira?
De tantas,
Essa em especial...

O óculos escuro,
A chuva que sempre nos acompanhou?
Eu dizendo que não iria
Você insistindo me desdobrou.

Percebe? Não chove mais como antes...

Ainda se lembra daquela canção
que só nós dois sabíamos cantar?
De como ela fazia sentido...
E quanto sentido ela faz...

Não te levo mais ao céu,
Tampouco desço a solidão.
Aquela estrada nunca mais sentiu meus passos
Menos ainda aquela câmera nos filmou.

Você já não pega mais o mesmo ônibus.
Não te espero mais no ponto.

Lembra como tudo começou?
Sabes do fim?

O que aconteceu com os Pinguins?

Apenas restou esperar o tempo, 
sabedor de tudo
guardador de todos.

O tempo, sempre nos mostrando os caminhos, nos dando as opções.
No mais...
Fica por nossa conta e risco. 
Ficamos a mercê dos nossos erros e acertos,
E aonde nossos pés nos levar (para o bem ou para o mal).

Não poderemos culpar ninguém,
senão nós mesmos.

Mesmo que induzidos Mesmo que tentados
Mesmo que levados Mesmo que arrastados
Mesmo que trazidos Mesmo que buscados
Ainda que sem outra escolha.
Fizemos porque quisemos
Aceitemos porque devemos.

Que nossos caminhos se cruzem,
Se não para caminharmos juntos,
Para desejar-nos Boa sorte.


                                                                                    Jessé Casulo.

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Sob mim.

E eu acabei por retirar a pilastra central, o adjetivo que me sustentava,
O defeito que me caracterizava.
Agora me encontro soterrado sob meus próprios escombros.
Perdido na imensidão escura do meu vazio.
E deus não virá me salvar!
Não consigo gritar tão alto...

                                                                                                   Jessé Casulo.  

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

À minha Flor.


Minhas desculpas sem jeito não foram o suficiente para o seu perdão,
Mas eu nunca fui bom com as palavras.
De tantos ensaios em frente ao espelho, e na hora esquecer todo o texto.
Daquilo que pareceria musica aos ouvidos o que resta é uma porção de palavras engasgadas,
algumas me fariam sangrar se conseguissem sair.

Contudo, não há culpado... a não ser eu mesmo,
digo isso porque o papel de inocente não combina com a indelicadeza do meu olhar ao te ver.
Um olhar que em situação inversa, seria capaz de chamar a policia.
Ainda que você não a pudesse chamar pois, eu poderia facilmente acusa-la do mesmo crime.

E o medo, não em seus olhos, mas em meus atos
te fez recuar.

Quantos passos até ficar numa distancia que julgasse segura?
O momento não poderia ser mais previsível, meus passos seguiram o mesmo ritmo,
enquanto os seus, eu deixei de ouvir.
Não sei se foi para frente ou para traz, ou se simplesmente parou
e esperou tomar distancia para prosseguir.

Na impaciência dos meus anseios, me deixei de lado.
Buscando no outro aquilo que já havia dentro de mim,
Deixei um pouco para traz, na esperança de que, você ao passar possa pegar.
Esperançando ainda o seu retorno.

Mas se quiser me devolver, sabe onde estou...
Se quiser mais, pode vir buscar.
Só não passe por cima, figindo que não viu...


                                                                                Jessé Casulo.